Em 2000, iniciei na cerâmica pelas mãos de Jacy Takai. Foi ela quem me fez trilhar os caminhos da paciência ao lidar com a argila. Eu desconhecia quantos estágios eram necessários para construir uma boa peça.
Passei a frequentar o atelier do professor Marcos Mesquita (Fundação Mokiti Okada) que me ajudou em vários processos complicados de minhas pesquisas, como as queimas. Nessa época eu não tinha forno e era ele quem queimava minhas peças. Sem nenhuma intenção ou diretriz, me dedicava muito a tudo que me atraía na cerâmica. Estudava, estudava e arriscava.
Veio então meu primeiro CONTAF e conheci o SENAI Mario Amato Cerâmica. Me tornei aluna e nos anos que ali estudei, tive dos professores – Flávia, Elton, Minoru, Mitie, Dulce – muita atenção e incentivo para continuar.
Foi no CONTAF que vi pela primeira vez Mestre Lelé e quis fazer aulas com ele, que torneava deixando à todos boquiabertos. Como sua aluna, pude mais do que aprender a usar um torno, encontrei respostas para minhas dúvidas – o Mestre tudo sabe sobre cerâmica. Sua ajuda foi de fundamental importância para o meu trabalho. Lelé, obrigada.
O meu interesse inicial pelos esmaltes cerâmicos se baseava em obter uma variedade de cores na alta temperatura, para que pudesse dar às minhas peças uma identidade. Busquei novos materiais, observei atentamente as transformações que podiam acontecer no forno e concluí que não havia receita infalível mas, em compensação, a falha podia trazer uma boa surpresa.
A primeira vez que vi um esmalte macro-cristalino foi num velho livro, numa pequena foto em preto-e-branco, fiquei fascinada. A fascinação virou obsessão e eu ocupei vários anos do meu tempo pesquisando e desenvolvendo esses esmaltes. Para vencer os desafios, tive que buscar o conhecimento. Para chegar até ele fiz alguns sacrifícios mas, nunca reclamei nem pensei em desistir. Após cada fracasso, estudava mais e fazia novas tentativas. Após cada acêrto, uma alegria que fazia valer todos os esforços. Há muito que aprender e experimentar na cerâmica. Já são dez anos e o tempo que me sobra de outros afazeres é destinado à isso.
O site é para inspirar aqueles que estão começando o aprendizado. Sem o intento de ensinar, busco divulgar a variedade de técnicas para modelar/queimar o barro e incentivar a procura de outras possibilidades. Para isso uso imagens do meu dia-a-dia na cerâmica.
Outras fotos podem ser vistas em:
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